passado, presente e futuro
do que fiz não me arrependo
das asneiras que cometi
de peito ferido, rasgado
dos haveres amargurados
depois de orgasmos
denúncias e mentiras
infelicidade
e até sorrisos
não há desonra
uma ponta de vergonha
do que quero
é um mero zero
de soberba
basta viajar
buscando esse beijo
o trejeito e enamorado
acometer as loucuras
esquecer as desventuras
o vento
o desejo amputado
ancorado em vazio
do que farei
mesmo que viva
como um rei
num crepúsculo sem lei
nu de fronteiras
no abismo da tranquilidade
descansarei na tumba
os olhos abertos
sem desertos
nem complexos.