CAMINHANDO
Vagueando sozinho, lentamente
Doloridos passos, em desalinho
De corpo mole, flácido, dormente
Na noite fria, gelada, eu caminho
Deambulando perdido, sem destino
Insensível aos minutos que passam
Minha mente rodopiando, desatino
Fantasmas que em desfile esvoaçam
Sangrando o coração, em desvario
Repassando cada hora do passado
De rosto fustigado pelo vento frio
O âmago em desgosto massacrado
Caminhando na escuridão, ao acaso
Levitando entre a terra e as estrelas
Destilando cada dor, cada descaso
Qual feia galeria de macabras telas
Morrendo a cada passo, a cada instante
Fraquejam minhas forças, já em agonia
Acena do céu uma luz forte, cintilante
Vou segui-la, pois é minha estrela guia
2008