Pobre poeta

Aguardando....

O momento da idéia

A sinfonia certa

Nada...

Um poeta calado

Celebra o prelúdio do próprio enterro

Estilhaçando agudos gritos no seu interior

Se desfazendo em palavras silenciosas

Procurando uma gota de álcool

Na sua razão ilógica da embriaguez mórbida

Sensação, de perfurações na face.

Um holograma em meio a nada

Desfrutando solenemente do vácuo

E do zunido da palavra

Que não se dá nem ao trabalho

De escorregar no molambo da garganta

E chegar ao caos que é a língua

Esta malévola invenção de deus

Ton Dourado
Enviado por Ton Dourado em 25/10/2006
Código do texto: T273207