Chanson triste

(Em memória das vítimas da chuva no estado do Rio de Janeiro)

. . .

Ainda que os olhos vermelhos

Contemplassem por toda existência

A mesma manhã fotografada

No mais azul dos dias de verão

Não se apagariam das retinas a paisagem

Monocromática e burra, tingida de morte

E destruição

Objetos perdidos, laços partidos

Vidas que se vão ao sabor da fúria

Das águas e da terra

Corpos sepultados no ventre da lama

Para todo o sempre

Mas outra forma de seguir não há

Com razão, alguns dirão que é

Preciso continuar

Reinventar o destino e a fé

Enxergar o futuro que se anuncia

Por sobre os ombros da esperança

* * *

Goiânia, 16 jan 2011.

Glauber Ramos
Enviado por Glauber Ramos em 16/01/2011
Código do texto: T2733593
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