POEMA PARA JÉSSICA (Criado na noite)
Giovanni Aires Fernandes (tio)
Quanto tu chegares,
queria que fosse primavera
e, ao invés de homens te tocarem,
que te tocasse a relva...
Quando tu chegares,
queria que a vida se tornasse
indescritivelmente bela,
para os que têm muito e para os que
não têm nada,
pelo menos neste instante
as fronteiras humanas deixassem de existir,
línguas, religiões, raças,
ideologias, necessidades e ambições...
Quando tu chegares,
queria que o mundo se tornasse justo,
a lei se fizesse amor e amizade,
a guerra se fizesse paz,
a fome se fizesse abundância.
a discriminação se fizesse compreensão,
a perseguição se fizesse liberdade,
se não naquele instante,
pelo menos por toda a vida...
Quando tu chegares,
queria que todo o mundo parasse
e sentisse o teu momento único:
mágico mistério de nascer.
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Do livro “Caminhos Mais”, Edição da autora, Teresina, 1995, página 36.
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