PALADAR

Algumas mulheres são como

Cozinha de restaurante

A perfeição da primeira vista

Não resiste ao olhar atento...

E do nada surge um buço,

Pontas duplas no cabelo

Triste mesmo é quando a moça

Começa a limpar o aparelho

De repente num impulso

Gesto de pura aflição

A menina anuncia

Que vai ter festa no salão

Pra que tanta maquiagem?

Por que tanta bijuteria?

Se já conheço o segredo

Que há por trás da alegoria

A miragem desse enredo

Não suporta o dia-a-dia

E se mostra sem frescura

O motivo da pintura!

Comparando as duas moças

(Aquela que conheci

E esta que hoje vejo)

Gosto bem mais da primeira

Que enganava meus olhos...

E por mais que eu olhe

Não enxergo o mesmo brilho

A cintura de espartilho

Parece um pouco esparsa

Devagar cai a farsa

Da mulher-maravilha

Evito a armadilha

De crer na mulher perfeita

A moderna Afrodite,

A ungida, a eleita.

A deusa não existe!

Existe apenas uma mortal

Que conhece o caminho das nuvens

E apaixona por ser real.

Algumas mulheres são como

Cozinha de restaurante!

Alguns restaurantes andam cheios...

Jefferson Flauzino
Enviado por Jefferson Flauzino em 20/01/2011
Código do texto: T2741382
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