CHOINVILLE (brincando de choinver)

E chove, chove, chove, chove, e chove um pouco mais,

E depois chove,chove, chove e molha ainda mais.

No outro dia chove e chove e inunda tudo e lama faz,

E encharca a parte e molha o todo e chuva forte mais se traz,

E chove e chove, no varejo e atacado, e a ponte quase cai.

E chove falas discussões, críticas e sugestões,

E chove pedra nos políticos, como “culpados da situação”.

E chove e chove em gotas e d’chuá reclamações.

Mas chove o lixo nos bueiros, culpa da “população”

E chove hoje e amanhã e sempre e desde então.

E vai chovendo e vai regando e essa chuva vem do céu

Então não dá prá reclamar, mesmo com a dor cruel,

Das perdas das enxurradas, da lama que arrasta o troféu,

Do pobre, do rico, arrivista e pária. Quanto labéu!

E chove e pega de cheio. Todos se lançam ao léu.

Choinville, como se diz em “alemão”, é isso ai.

Sempre chove e a cada chuva que vai cair

Aguaceiro e chuva fina por dias a seguir,

Um povo forte à luta e à consciência nutrir.

Quanto mais chuva mais amor se tem para acudir.

Chove, Choinville! Chove grosso e fino e lava nossa dor,

E finca em nós a lembrança do “herói que jamais fraquejou”.

E chove! Mas, que venha a paz a quem também “teu solo irrigou”.

E que de tanta chuva chovendo “sangue, lágrima e suor”,

A gente lembre: mesmo com chuva, a semente se plantou e aqui vicejou.

Jailson Estevão dos Santos

Jailson Estevão dos Santos
Enviado por Jailson Estevão dos Santos em 21/01/2011
Código do texto: T2742231
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.