Monólogo sobre dois

É... Meu tempo, ando meio adoentado

Coração leve, meio triste, remendado

Ando meio esquecido e sem vontade

Perdido, chutado, sem Ela nessa cidade

Passa o dia, roda a hora, devolve o sol

Eu me lembro dela, do beijinho, do cheirinho de girassol

Mas a tarde acaba, escurece, chega ao fim

Na viola só arranho, nem o “mi” nem o “si”, nem o “dó” teve de mim

Deixo pra trás o que um dia foi de dois

Lembro só da noitinha lá na porta

Da redinha, do seu dengo

Do sossego, da saudade

Que hoje se vive, que hoje corre

No rosto velho, fechado do tempo

É a sobra de ontem

É o tempo que não conta

Pedro Hermes
Enviado por Pedro Hermes em 21/01/2011
Código do texto: T2743392
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