A batedora de carteiras

Tão jovem e repleta de ferrugem

Uma groupie sem reflexo no espelho

Tal qual um espectro pelas ruas de Londres

Fugiu do quarto 100, percebendo que perdera os lábios.

Vermelhos, nos ombros o peso da estupidez

Deixara a inocência na América, sua adicção tornava-a oca

Parecia não ter sangue, fé muito pouca...

... Algo mais nos gestos pálidos, na insensatez?

Seus olhos não remetiam dó nem piedade

Inválidos, como cães de rua famintos

Que vagam por comida nessa cidade

Andam nos becos, procurando um afago.

Aquela menina vaga pensando em Vicious...

Pelos arredores do Chelsea Hotel na busca de um trago

Procurando fugir da realidade, num baixo teto voar

Sob picadas, por saciedade, sem desejo de parar

É obsessiva e aperfeiçoou-se na arte de punguear.

*A Nancy Spungen (1958-1978)

Marciano James
Enviado por Marciano James em 22/01/2011
Reeditado em 20/11/2014
Código do texto: T2745210
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