DIÁLOGO APARENTEMENTE SEM NEXO

DIÁLOGO APARENTEMENTE SEM NEXO

─ Diz que me ama!

─ Aí custa mais caro!

─ Não seja vadia!

─ Você entendeu mal.

─ E entendi? Você acabou de se valorizar!!!

─ Não, não foi bem isso!

─ Como assim? O que é isso então?

─ Aí também custa mais caro!

─ O que você quer dizer com isso?

─ Olha que subo de novo!

─ Vadia! Você está me enrolando!

─ Olha a língua!

─ Esclareça.

─ Aí fica mais caro!

─ Chega! Você já me encheu!

─ Você entendeu mal.

─ Bosta!

─ É isso!

─ Como isso?

─ O amor é uma bosta!

─ Não entendi!

─ Ora! Veja nós dois mesmo!

─ Como assim, diacho!?

─ Você ama! E já faz muito tempo! Eu também!

─ E daí?

─ Daí que o amor não nos basta!

─ Como não nos basta!?

─ Você está aqui! Eu estou aqui!

─ Sim, eu amo você!

─ Ah! é! Quem ama duas não ama nenhuma!

─ É?! Você quer exclusividade? Me dá exclusividade!?

─ O amor é uma bosta! Por isso tem contrato, cartório, testemunhas!

─ Ah! E é caro também!

─ Aí fica mais caro!

─ Entendi!

─ Que bom!

Leo Ricino

Janeiro de 2011

Leo Ricino
Enviado por Leo Ricino em 24/01/2011
Código do texto: T2748533