ESTAÇÕES
ESTAÇÕES
Que venham as estações!
Que os trens se superlotem
entre idas e vindas
Que os invernos venham e se vão
entre outonos e primaveras
Que corram as estações como devem,
pois o homem com o trompete mexicano
e um chapéu caça-níquel,
ali, sentado na estação,
não para os passos das estações
Mexeram no tempo,
as estações se confundem
e nos confundem
A confusão, aqui embaixo, na estação,
é não saber dizer como está o tempo lá fora
Aqui vida escorre sobre os trilhos e
nada é capaz de parar o tempo,
nem o antigo véu da viúva,
nem um cosmético cósmico,
nem o próximo cigarro