O FAROL DA BARRA DE OLHÃO

Uma luz em vai-vem, cintilante

Sinaliza o farol da barra de Olhão

Instalado naquela ilha distante

Guia os barcos e lhes dá proteção

Cresci vendo à noite aquela tocha

Pirilampo longínquo, sem descanso

Se ergue imponente daquela rocha

Iluminava rítmico o meu romance

Já noite alta, no paradisíaco da cidade

Casais de namorados inebriados de paixão

À luz do farol juravam amor p’ra eternidade

Benzidos pelas águas do cais em mar-chão

As traineiras entravam na barra, silhuetas

Pairando sobre as águas de prata cintilante

No convés os pescadores suados, estatuetas

No porão a pescaria árdua, mas abundante

Ah, o farol da barra, que saudade eu sinto

Daquela luz ofuscando meu olhar extasiado

Não quero morrer sem rever por um instante

O cais de Olhão pelo farol da barra iluminado

Janeiro/2011

(Olhão é a minha cidade natal)

João Guerreiro
Enviado por João Guerreiro em 31/01/2011
Código do texto: T2762426
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