O FAROL DA BARRA DE OLHÃO
Uma luz em vai-vem, cintilante
Sinaliza o farol da barra de Olhão
Instalado naquela ilha distante
Guia os barcos e lhes dá proteção
Cresci vendo à noite aquela tocha
Pirilampo longínquo, sem descanso
Se ergue imponente daquela rocha
Iluminava rítmico o meu romance
Já noite alta, no paradisíaco da cidade
Casais de namorados inebriados de paixão
À luz do farol juravam amor p’ra eternidade
Benzidos pelas águas do cais em mar-chão
As traineiras entravam na barra, silhuetas
Pairando sobre as águas de prata cintilante
No convés os pescadores suados, estatuetas
No porão a pescaria árdua, mas abundante
Ah, o farol da barra, que saudade eu sinto
Daquela luz ofuscando meu olhar extasiado
Não quero morrer sem rever por um instante
O cais de Olhão pelo farol da barra iluminado
Janeiro/2011
(Olhão é a minha cidade natal)