"alguém sonha a alma da minha carne" - hilda hilst.


sina

o grito
atravessa
a concordância
em pronúncia
de nervuras
e indizíveis vocábulos
excitam a imaginação 

o éter escorre
à ponta da língua
e na alma
a sina e o ilusório
conjugam -se
em desalinho

nos lábios
salivosos
da expressão
tremem
inarticulados
dizeres e
ao canto
da boca desce
a palavra
de carne
e se espalha


a expressão
rubra
e inaudita
revela pedaço
de mim:
‘inserena’ 

e sobre
papel
o esboço
dum grito
‘sem-nome’ 
condena [me]