RIO TIETÊ

Genuinamente Paulista

Querendo homenagear o firmamento,

A terra se abre em cristalina fonte

Saudada pelas flores, pelo vento,

Ao pé silente de garboso monte!

Qual bando de crianças no colégio

A correr em alegre debandada,

A água salta em desprendimento régio

E corre para a longa caminhada!

É o rio Tietê que nasce, altivo,

Em nossa terra salesopolense,

Para jamais se conformar cativo

Meandros, barragens, e tudo vence!

Corta cidades nosso herói, bufando,

A martelar barrancas e ervaçais!

De ponta a ponta o Estado recortando

Gera riquezas e lazer reais!

Indômito – alimária viajante –

Cortou sertões levando, alvissareiro,

No dorso amigo, a gente bandeirante

Pra povoar o solo brasileiro!

Ah! Quanta história ó rio das monções,

Nos ais da casa grande e da senzala!

Velho Anhembi a sedentar nações

De índios bravos, sob o céu de opala!

Por certo, jamais serás ignorado

Tietê, rio majestoso, ufano,

Enquanto houver este povo abnegado,

E Salesópolis- grã –soberano!

Salé, 17/03/1989 Lucas