PAZ INFINITA

PAZ INFINITA

Tua armada nos segura

Assegura-nos a inconformidade,

Defende-nos do medo, das bombas, do terror.

Mas, por favor, sem massacres, sem massacrados.

Este terror nos é caro.

E é a própria luta quem vence protagonistas.

Vencidos prosperam, ruidosos saem triunfantes,

As crianças perderam, como sempre, mais uma vez.

Os que amam a morte, morrem,

Assegurando continuidade infernal

Nós?

Morremos sem nada, sem riquezas, sem poder, sem imagens.

Guerras são insucessos rotundos

Eficiente exposição de anti-heróis

Mas também amostragem de pacifistas unilaterais

Que só fazem intensificar a anomia

Pois, ao beijar confabuladores

Atenuam a falácia dos agressores

Agora sim, estamos tomados pelo destino

Destino que enfrenta os olhos

Que reclama a insolvência

Que proclama um fim barato

Os que sabem do que falamos

Os que sabem que a paz é esforço maciço

Uma vivência de acrobatas

Um minilapso na história da predação,

Solidarizam-se com quem sofre

Os que não sabem.

Bem, destes nada falaremos.

Os que sabem que a paz é deliciosamente infestante

E a guerra nos silencia com a surdez das devastações

Os que sabem que qualquer cessar-fogo é um bem

(Pois jamais conheceremos paz infinda

ainda que saberemos do E-terno e sua paz)

Estes, todos, estão calados pela tragédia.

Mas a terra aqui não esta nem será devastada por tribos

Eretz foi desenhada pelo sempre para ser centro

Centro para todos.

Dos judeus aos árabes

Dos semitas aos sem etnia.

Destes aos sem raça.

Dos sem raça aos sem religião.

Dos sem religião aos sem terra.

Mas enquanto mercenários blasfemos

Disfarçados de vizinhos benfeitores

Insultarem a vida, inculcarem o ódio,

Impuserem sua macabra intolerância

Jogarem crianças no front,

E seqüestrarem a esperança

Para dentro de fumaças indissipáveis

Iremos, relutantes decerto, à luta!

Enquanto hostes de perversos

Que provocam a morte e morrem

Sob a licenciosidade criminosa do prazer que desejam

Forem treinados para nada pedir

A não ser a exigência de martírios

Iremos, sim é certo, ao confronto.

Ao amar a morte e destituir a vida

Ao expor bizarros justificacionismos (sempre são)

Ao instrumentalizar os que desejam hostilidades

Ao se servir de parques para esconder ataques

Ao estocar foguetes em creches

Ao impelirem projéteis a esmo

Ao servir de fachada para nações perversas

Ao poluir o mundo de teocracias ditatoriais

Ao impor aos civis abrigos claustrofóbicos

Vós governantes, perderam o controle.

E nós, habitantes, pensaremos ou sonharemos, pouco importa

Em modos de resistir aos novos pesadelos.

P/ JOADRIROSA

JOADRIROSA
Enviado por JOADRIROSA em 29/10/2006
Reeditado em 29/10/2006
Código do texto: T276820