Desejo...

A aflição me consome a alma...

Espaço perdido dentro de um eu que sangra.

Quem dera não lembrasse teus traços...

Pudera não te olhar com tanta voracidade.

Olhar que teima espreitar-lhe os sentidos

Esbarrar por acaso que atrai involuntariamente

Maldita dor de um querer solitário

Que permanece contrariando a realidade

Teu olhar tão próximo e tão distante

Miserável sentido que não se desfaz

Que se renova como brasa viva

Queimando as entranhas de uma dolorosa saudade

Perco-me em desejos que enrouquece a voz

Um roçar despretensioso que arrepia a pele

O pensamento que se perde em um sorriso

Desejando o teu desejar vou te buscando

Sem nunca encontrar.