VIAJOR DE CERTA VEREDA

Rasgar essa roupa já em trapos

farrapos

outra qualquer, na pele, costurar

não se é doido de viver

sem fantasia

Vagar canoas rio acima

o mau tempo me surpreendendo

e superveniente enchente

por fim arrefecida

Seguir vozes clamando no deserto

espírito aberto

olhos fechados

sem desconfiança alguma

esquecendo os (outrora) cerrados punhos

Orientar-me, nua de saberes, pela lua

redobrar a atenção, só tentando captar

engenhoso e sutil argumento

em forma de lamento

Ana Guimarães

Ana Guimarães
Enviado por Ana Guimarães em 29/10/2006
Reeditado em 22/06/2022
Código do texto: T277080
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