Eu vou te fazer sangrar
Você sabe o que eu sentia...
... Me chamava e eu vinha com prestreza
Não precisava chamar-me duas vezes
Ficava de plantão, para estar aqui, esperava
Todos os dias, numa azáfama sem sutilezas
E quando eu cair ou estiver aos pedaços
Sei que você não estará me esperando
Nunca esteve e nunca estará
A me esperar...
Eu não vou discutir, então é melhor não começar
A sorrir aquele sorriso sarcástico
Todas as vezes em que fico sem graça
King of Leon está preenchendo o ambiente
Enquanto penso em sair e me perder nessa cidade egoísta
Vejo da janela um semáforo piscando somente o amarelo
Pouco depois, descubro que as linhas telefônicas estão interrompidas
O chão me congela e nem percebi que estava descalço, telefone na mão
Você roubou o meu coração, minha alma e todo o meu discernimento
A lua cresce à minha frente, vou correr... Suplicante
Pra longe desse apartamento, em busca do sol escaldante
Levado pela mistura de sentimentos conflitantes
Sem mostrar piedade eu faria novamente
Abriria meus olhos para, um dia, vê-la chorando
Do alto de sua indiferença eu vou te fazer sangrar
Até secar toda a esperança de domínio
O semáforo continua piscando pra mim, cintilante
E eu descubro que ainda não saí do lugar
Quando a tempestade chegará incessante?
E está chegando mais perto, vem do norte
Ultrapassou as montanhas e se aproxima, fria
Meu avô dizia que as tempestades vindas do norte
São, sem dúvida, as mais fortes
Fará o meu barco balançar e remexerá meu interior
Me deixará à deriva, apaixonado e sozinho; situação
Humilhante, você pensará em mim quando eu não estiver aqui?
Onde estou agora, onde eu durmirei nessa noite degradante?
Triunfante, parece-me tão bom se perder nessas águas revoltosas
Mas estou velho demais para aventuras dardejantes
Há mil anos não sentia a adrenalina flamejante
A correr em meu desgastado corpo arquejante
*Homenagem a Kings of Leon