Juizo
É o próprio vento que traça seu caminho,
Cruzando com o meu, tirou-me o tino,
Que uma vez perdido foi procurar em teus beijos
O absoluto absimo.
O vento me empurrou e eu empurrei teus medos,
Que empurrados, empurraram teu siso
Que perdido foi procurar em meus beijos
O absoluto abismo.
E o absoluto abismo nos forneceu o que nos foi preciso:
Corpos, toques,gemidos, gozos, líquidos.
Deu-nos a paz, deu-nos o que preciso:
Deu-nos o sossego a solidão de um precipicio.
Mas em toda solidão, há o frio.
E nos aguardavam e nos aqueceram:
Meu tino e teu siso.
E eis que acordados nos descobrimos