ESTA LIRA DE MIM!... * Da Vida

(Partindo do mote de Miriam Yisrael: fazer de conta a vida.)

Fazer de conta a vida nunca soube.

A vida não é farsa nem é drama.

A vida é este grito que me chama

no pouco de infinito que me coube.

Na vida sou um átomo de um astro

que, um dia, consumido, se apagou.

Se por memória dele aqui estou,

é nele, seduzido, que me encastro.

E quero consumir-me como um círio,

ardendo em sacrifício de oferenda

à vida que tornaram um martírio...

Assumo a vida como humana senda,

pureza de um imaculado lírio

sangrando p'la barbárie da contenda.

22 de agosto de 2004.

Viana do Alentejo * Évora * Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 25/06/2005
Reeditado em 28/07/2018
Código do texto: T27770
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