Monalisa

Mulher!...

Quando a tua nudez se fez livre.

Na escuridão deserta do quarto;

Quando o silêncio acústico concreto da solidão

Declarou-se em agonia...

E morreu por tua companhia.

E por acaso,aos meus olhos nascestes;

O pecadoperdeu-se do ser;

A cobiça sem crer,até veio ver,

O veneno arguto do teu passado...

Não encontrouguarida diante do querer.

Não havia como permanecer a luz,

Se não me apaixonasse por você.

Ali...

Naquela cama,

Envolta emlençóis azuis

Onde o corpo febril repousava em gemidos,

Mesmo sem ser tocado;

Onde a vida vivia como se o dia, o mundoali começasse;

Onde a boca sensual versava emlábios puro o meu nome.

O teu cio alime chamando,

Entrouem minhas veias e impiedosamente contagiou minha alma.

Atônito, sem lei, me dei,

Fiquei como loucono surto.

Naquela hora fostes à dona,

A comer-me a cabeça...

Insaciávela comer-me a fome do prazer,

Numa ânsia...

Num desespero de rasgar a roupa,

De com as unhas negras ferir-me a carne,

De morder, morder,

Como se fosse uma necessidadeúnica.

Em vida, viciado no teu cheiro,

Envenenado na paixão,

Cuja razão, não teria sentido,

Não seria completa se não tivesse o teu amor

Dentro do meu ser.