Apenas Um

Entre as montanhas escondidas e as flores de lá

Acolhi-te perdida com medo de voar,

Levei-te comigo, dei-te abrigo

E música pra cantar.

Eras muita alegria, muitos risos,

Todos os dias ao teu lado eram lindos.

A vida era muito simples

E ao mesmo tempo era tudo isso.

Eras minha mestra e minha aprendiz,

Meu lar, meu ar, minha história feliz,

Meu orgulho, minha festa,

Eras tudo o que quis.

O sonho era continuar sempre assim:

Eu por você e você por mim,

O todo mais era um imenso nada

E manteríamos assim.

Mas aos poucos o sentimento foi rotina,

Fostes te soltando aos poucos menina,

Ao passo que a asa se desenvolvia

E nada mais a mim te prendia.

Mas quando consegui ver, já estava só,

Do meu peito à garganta um nó

Que só a ausência tua me mostrou

E pela eternidade me calou.

Perdi a voz, o som e o ritmo,

Calado como em terra de branco, um índio,

Sem rumo algum, sem você sou apenas um

Sentenciado a ser... apenas um...

Se voltares não me culpes por ter definhado.