Por que me tornei assim?
Porque vivo todo dia.
Acordo todo dia,
e como todo dia.
Os milésimos da minha vida
são desfrutados pela minha loucura.
Alucinante talvez, lúcida, pálida e lírica.
Sou assim porque gosto de umas férias largadas,
de um porre,
rir alto...
Talvez essa loucura que me toma conta
não tenha explicação.
Minha chatice e ignorância são complexas
e simples, mas me tornam completas.
Vivo de líricas, ao encontro com o céu,
sou assim porque sou eu, apenas eu.
Sou assim porque leio,
escrevo,
canto,
decifro,
as poesias que leio são minhas,
e quem sabe eu não seja poeta?
Poeta porre,
Poeta louco,
Poeta porra,
assim como diz o meu soneto.
Aprendi a amar, no mundinho pequeno
da barriga da minha mãe, e quando enfim
nasci, ela me ensinou a forma mais sensata de amar.
Corro quilômetros todos os dias
e me sinto leve, e os rocks que escuto
me embriagam.
Me arreto,
Chamo uns palavrões,
falo "oxe!",
dou uma risada alta e escrota
mesmo quando não pode.
Quando quero chorar, choro o mais profundo que posso,
quando tenho que amar, amo o mais longe que posso ir,
porque o bom da vida é ser feliz e intenso.
Mesmo que existam tantos problemas,
devaneios e abismos, o objetivo maior é viver
e no final dizer aquela bela frase de "bebum": "A vida é bela!".
Sou minha própria interrogação,
cercada por talvez, indecisões e achismos.
Tamanha loucura cabe a mim,
se auto-descrever não é tarefa fácil,
mas acredito que, não levando as vezes a vida tão a sério
tudo se torna mais fácil.
Talvez, o grande Seixas compreendesse-me muito bem:
"Controlando minha loucura, misturada com minha lucidez".
Por que me tornei assim? Nem Freud explica!