POEMA TRISTE

O que pensas e o que queres?

És escravo atormentado, bem o sabes.

Por que não te prendes a Cristo?

Ainda existe tempo de sobra,

Antes que por terra fiques.

É preciso coragem e determinação,

Necessário amar-se fielmente,

Não perder o de mais sagrado.

Não sejas, pois, mais um verme.

Alimenta-te do meu alimento

E sobreviverás dignamente.

Sei, não te fizeste digno nem capaz.

Satisfazes plenamente tua vaidade;

Deveria tê-la para te guardar,

Não te expor masoquistamente.

Creio, não adiantarão minhas palavras;

Prisioneiro, penso, continuarás.

Tudo tiveste para sobrevoares.

Porém, escolheste a vaidade tola.

Preferiste muitas ao invés de uma,

E nas contas te perdeste,

Ficas jogado às ondas bravias.

Não usas tua força e teu raciocínio

Para saires ileso e não mais caíres.

O que fizeste? Pisaste sem dó nem piedade,

Com silêncio absoluto, ferino, mortal,

A rosa desabrochante e perfumada,

Cheia de graça, ternura, autenticidade

Pura na expressão verdadeira,

À época de cinquenta e sete...

Tolo, porque continuas sendo,

Como se mendigo seja, sem amanhã, na incerteza,

A exemplo de doenças circunstanciais,

Teu jeito, tua vida, teus dias e noites.

E só te faço mais este extenso poema

Porque te amei incondicionalmente.

Teresina, 27.8.92 – 19h

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Do livro “Caminhos Mais”, Edição da autora, Teresina, 1995, página 83.

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© Direitos reservados.

Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 08/02/2011
Reeditado em 01/02/2014
Código do texto: T2778829
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