ALQUIMIA

Sobre o cinza da minha tela...

Traço os tons das Primaveras!

No trajeto da avenida

Planto meigas Margaridas.

No recesso dos faróis...

Eu levanto Girassóis!

Se há nuvens de poeira

Eu semeio só Roseiras

Mas se paira o desalento

Lanço sementes ao vento.

Ao constatar o meu sufoco

Logo traço um Ipê Roxo,

Ao plantar o amor que quero,

Floresço feito Ipê Amarelo.

Se me sinto sem recanto...

Eu olho os Lírios do Campo!

E constato alegremente,

Que solidão eu não planto!

Se me faltam borboletas

Traço frágeis Violetas...

E recorro ao Amor- Perfeito

Se me ferem o meu peito!

Quando a Terra corre riscos,

Eu a cerco com Hibiscos

Planto um lindo Suinã

Para enfeitar o amanhã!

Para um mundo mais feliz...

Ofereço a Flor de Liz,

Sendo a harmonia fugaz ...

Só me resta o Lírio da Paz!

Com nuanças das Azaléias

Eu projeto as Bromélias,

Até esculturas de Catléias!

E na alquimia destas cores...

Só atraio Beija-Flores!

SP, 28/08/2004

(Poema publicado em Antologia Poética)

Sobrames/Sp/2004