Exageros dos sentimentos

Um mar sem fim, um fim sem mar,

ondas onde meus mergulhos redescobrem o mundo

no fundo de tua alma enxuta das resinas de nossos corpos.

Minha sede louca vai navegando um rio chorado por teus olhos,

enchido por meu coração apaixonado e triste.

Tua tristeza é dona doutra dor maior que tudo.

Uma veloz memória sufoca o meu olhar, vejo as estrelas deitadas no céu

e só assim entendo que há em mim: as mulheres e os livros.

Admiravelmente vivo vou morrendo,

lendo histórias e compondo lendas:

o boto, a víbora, o cordeiro e um chegado medo

adoçando este poema aceso, alheio, lúcido e louco,

que me chegou nem sei de onde ou se ele em si me esconde torto,

esse poeta do mar, da onda, da marola, do sol, da sombra!