Sarcasmo
Que chorem os acordes no meu violão.
Que doam, os dedos perversos que tocam cada corda,
com cada fúria, com cada medo, cada letra.
Que mordam, as línguas severas,
palavras sinceras,
falsas ao saírem de tal boca.
Que movam-se antídotos,
benzendo-nas tua alma podre.
Na lama do teu cáis, que sejam
póstumas, ver flores de novembro.
Ao menos prestumas, verias flores
secas, sem vida, sem cor, sem som,
sem tu, que nem tu.