Andarilho

Andei pelos mares

por onde passastes

avistei aquela quimera,

de onde quisera, um pássaro a voar.

Escutei conselhos, daquele velho hipócrita,

que dizia : - "menino, que fazes aqui, deveria estar

noutro mundo".

Eu respondia manso e calado: - "não quero viver de carreira,

mas sim, do mais doce bucolismo".

Invejei anônimos, que min'ha vida queria ter.

Larguei tudo.

Nadei dias, por aquele mar salgado, seco, e perspicaz.

Vivi dias sonhados desde criança.

Oh que natureza, que mundo ingênuo, que vida tive.

Deixei todos, subi topos... Andei.

Saudade deixei.

Talvez o que busquei já pudesse estar ao meu lado.

Vivi a mais bela vida.

Estômago vazio, eco...

Sede idiota, laringe seca.

Caça perdida, animal valente.

[...]

Magoei.

Chorei.

Cansei.

Encontrei o clímax livre.

Se cheguei ao topo não sei, fui feliz.

Não compartilhei.

Da vida não tive nada.

Morri. Chorei. Cansei. Sorri.

Só sei que vivi.

Marinara Sena
Enviado por Marinara Sena em 14/02/2011
Reeditado em 20/05/2011
Código do texto: T2790500
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.