NAS ASAS DO VENTO

Nas asas do vento que sopra teimoso

Vindo do norte para sul se encaminha

Viaja meu atro pensamento pesaroso

Minha meta é incerta, é mesquinha

No frio cortante conservo a esperança

De poder ser um dia somente o que sou

Almejo ofegante poder ser a criança

Que a agonia, há muito à vida tirou

Nesse glaciar desliza minha alma

Nesta solidão que a vida me deu

No fervilhar que nunca se acalma

Na desilusão do mundo que não é meu

Nas asas do vento que sopra teimoso

Vindo do norte para sul se encaminha

Se apaga o alento, e com esgar de gozo

Encontro a morte, há muito já minha

João Guerreiro
Enviado por João Guerreiro em 14/02/2011
Código do texto: T2790584
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