O SAL DA VIDA
A nossa vida é salpicada de pequenos quês
De dor, prazer, amor, compaixão ou alegria
Que se alternam entre si de quando em vez
Sendo dela o sal, agradável cheiro a maresia
Vida rasgada nas suas entranhas, ou talvez
Desventrada na volúpia de sádica agonia
Em cenário montado em paisagem montez
De cenas que desfilam loucas, em correria
A vida escrita com sangue a letras pequenas
Em diário amarelo, ressequido de sofrimento
Com caneta podre e antiga, de várias penas
De remotas memórias esquecidas do presente
Vida que grávida de esperança passa e passa
Espera a cada dia o treinado parto sem dor
A vida que desilude, engana, trai e fracassa
Que nos coloca no coração ódio em vez amor