Do oco ao eco.

Há tanto e tão pouco

E há o que é somente oco,

Eco abominável da voz que agora é ausente.

É tudo um joguete de palavras já usadas,

poesia indefinível, desgastada.

sem parêntesis, reticências, ou assunto,

Que por enquanto é o nada.

Transformação do oco em eco.

Desafetos que te foram jogados de longe,

Hoje te atingem como a um qualquer,

Logo quando já não merecias seres atingido.

É a sorte traiçoeira de um passado mal enterrado,

Que ressurge, que transborda, transmitindo a doença

fecundada na tristeza.

E o teu caminho já não tem volta,

E à tua frente somente o que já é término.

O céu que agora é azul e sem nuvens,

É o inverso do teu destino mergulhado em sombras.

E se aproxima, aproxima-se, aproxima-se.

No êxtase desse momento,

Quando és tu, o abismo e eu,

És tu que sais flutuando,

É o abismo que se abre longe do corpo teu,

Pois o corpo que nele tomba,

Ah! O corpo que nele tomba é o meu.

TMB
Enviado por TMB em 01/11/2006
Reeditado em 01/11/2006
Código do texto: T279466