Mutações

Esther Ribeiro Gomes

Não sei quantas almas tenho.

Cada momento mudei.

Continuamente me estranho.

Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma.

(Fernando Pessoa)

A imagem do espelho não sou eu!

Em que atalho da vida minha alegria se perdeu?

As marcas do meu rosto retratam emoções,

tatuadas na alma a cada desilusão...

Ah, quantas batalhas travou meu coração!

Cada ruga que descubro em minha face,

são momentos tristes ou alegres que vivi...

Abraços apertados em almas entristecidas,

carinhos recebidos de pessoas tão queridas,

sorrisos que ofertei para alegrar um coração,

enquanto eu chorava lágrimas de perdão!

Em meu viver foram tantas mutações...

Meus outonos não foram apenas de tristeza,

a alegria também me fez companhia!

E assim fui vivendo, cada momento, cada dia,

mas sem nunca perder a esperança,

guardada com carinho nesta alma de criança!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 15/02/2011
Reeditado em 16/02/2011
Código do texto: T2794680