Frustada!

Talvez essa seja a palavra

Que melhor me descreve no momento

Não sou nada

Do que desejei ser

Não tenho nada

Do que quis para mim

Nem amor

Que supre todas as necessidades e frustrações

Sou mais uma em um mundo

De 6 bilhões de habitantes

Mais uma que acorda sem ânsia de viver

Mais uma que vive sem ter “por que”

Desejo correr de tudo

Abandonar todos

E ser só minha

E me ter só pra mim

Viver o que quiser viver

Ser o que desejar ser

E escrever

Porque é isso que eu sou

Mas, sou levada pelo sistema

Num mundo em que nada seria

Se apenas escrevesse

Grandes poetas morreram sem nada

Grandes gênios também

Mozart não teve nem um lugar no cemitério

Imagine eu...

Mas, eu quero fazer isso

Ser assim

Não me preocupar com nada

Absolutamente nada

Ser como os animais

Que vivem sem pensar no amanhã

Talvez assim minhas poesias

Fossem mais coesas

Mais bonitas e agradáveis

Entretanto, viver sem poder ser quem sou

Me frustra, me angustia

Meu desejo é tolo

Tolo demais para ser aceito pela sociedade moderna

Casar, ter filhos

Ser mãe e esposa dedicada

Ler sempre que eu desejar

E escrever sem ter com o que me preocupar

Mas sou uma pessoa como tantas outras

Que a medida que cresce

Abandona seus sonhos e ilusões

Pela estrada da vida

E, a cada sonho perdido, arrancado

Nasce uma tristeza, ferida incurável

Sou jovem, mas já trago marcas

Que o tempo não pode apagar...

Contudo, lutarei até o fim

Para ser “quem desejo ser”

Deixar a covardia de lado

E mesmo cheia de cicatrizes

Sentar-me na beirada praia

E ainda ser capaz de admirar a vida!!!!