DA MINHA CARNE O1

DA MINHA CARNE. O1

Da minha carne,tu terás os vermes,

Isso que somos quando tudo finda.

E esse gozo que vez por outra é teu,

Esse corpo que a tempo se perdeu,

Terás também!

Terás esse barfo quente,

Essa lingua firme,

Essas palavras falsas,

De acalentos e ternuras cruas.

Essa geometria apalpável,

Terás esse tronco,

Terás pra teu gozo,teu uso,

Terás todo sumo.

E serás,

Dele senhor!

Mas de mim, maldito!

Mas de mim...

Terás o desprezo,

De mim não carne.

Terás a solidão!

Terás esse cinza que chega como os dias nublados,

Terás tamanha dor, feito que parir.

Terás essa onde de mar que não cansa de bater nessa pedra,

Que o tempo a possuiu estranho.

Terás estranheza do eu espirito.

Sim...

Serei estranho a te.

Que de mim, só teve corpo.

Só quis corpo,sexo!

Eu espirito sou...

Sou o eu eterno...

Sou pra sempre...

Da minha carne, terás!

Da minh’alma, nada.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 19/02/2011
Código do texto: T2801190
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