Sublime

(Em memória de Olavo Bilac)

Quando vejo estrelas em claras noites frias,

E das lições de astronomia me lembrando,

Ah, Bilac, bem mais que espanto, como dirias,

É amor filial que me vão insuflando.

A radioastronomia nos revela

Que ouvir estrelas perdeu a velha magia,

Mas há um fato sublime do qual nem ela

Conseguiu furtar o nume, a poesia.

Minha alma, absorta em sua lucidez,

Extasia-se com este saber profundo:

Cada átomo da matéria deste mundo

Onde foi gerado? Que útero o fez?

A ciência responde esplendidamente:

Uma estrela foi sua mãe incandescente!