Caçada

Cutuco a cocota cativa, que nada!

Castelo n'areia cavoco c'aenxada.

Catei o coturno soturno da amada,

Cravei na comadre c'a cruz e a espada.

Cruzei a catraca , subi a escada,

Curvei no caminho qual véia encurvada,

Comi no comício, sujei a calçada,

Cremei o cachimbo c'a boca calada.

Chamei o coelho, lhe dei a facada.

Cumpri com a meta da boa caçada;

Colhi cumprimentos no meio d'aestrada,

Chorei de desgosto no poço do nada.

Clamei ao confuso, ao conciso, à fada.

Comprei a minh'alma nunc'antes achada;

Curei a cocota cativa algemada,

Calei quando soube que era casada.

Chorei novamente inté madrugada,

Cobrei da estátua, não recebi nada;

Caí qual cadáver na suja calçada,

Clamei por perdão de alma lavada.

Clamei por perdão de alma lavada

Clamei por perdão de alma lavada

...