Conspiração tardia

A malevolência atingiu a plenitude

enquanto todos dormiam, sem atitude.

Corpos jazidos, embebidos e barrentos:

tudo em prol de mais um contratempo.

Erguia, esguia, a vela do mezena, tardia.

Piratear não passa de fazer, da noite, um dia.

Cada licor hilariante se torna veneno.

O imã da orgia é a isca para o intento.

Femininas, na noite, sem explicação:

Nem, sequer, refletiram sobre o motivo da aparição.

A vida é dura demais para se negar que é bom.

Ninguém resiste ao gesto marrom.

Cada cor salgada se mistura.

O rancor diminui junto a amargura.

Sempre é bom sair da ditadura.

Jantar sobre a mesa compensa não lidar a altura.

Cada passo os aproxima da tentação noturna.

“Lembre-se: as armadilhas falham”

assim foi, quando todos perceberam.

A docilidade se desfez nos que matam.

Dos caçadores, poucos sobreviveram.

Os piratas, enfim se acabaram.

A vida retorna ao normal: eles venceram!

Rafael S P Valle
Enviado por Rafael S P Valle em 04/11/2006
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