BAGAGEM DE MÃO

Na bagagem de poemas e canções

Leveza de sentimentos

Frases de acalanto

Versos tantos e quantos

Tantos encontros

Encantos e desencantos

No pulsar do coração

Ritmos e crenças

Ritos e batidas

Baladas de prosa

Chegada e partida

Cantigas de recomeço

Versos quebrados e avessos

Na densa dança do jogo da vida

Cacos e cacarecos de poemas inconclusos

Feitos em tempo de espera

Na incompletude do ser

Ser ou não ser poesia?

Cantoria há que ser

Realidade nua e crua

Versos viventes a viver

Peças íntimas tão usadas

Na roupagem dos poemas

Amassadas e desbotadas

A bagagem dos versos pesa

Quando a inspiração não vem

Vou buscar nova roupagem

No vagão de um velho trem

Na antiga e bela estação

No aeroporto ou no cais

No porto da solidão

Na solidez do amor

Ou no vai e vem da paixão

Uma caneta e papel

São minha bagagem de mão

Do frio e da fobia me protejo

Do medo de avião

Componho versos de beijo

Caneta que traduz o coração

A mente conduz idéias pro papel

Em prosa fujo do medo do inferno

E volto correndo pro céu