O estranho silêncio da senhorita Vogler

O que lhes contarei ocorreu nas frias e longínquas plagas suecas

Sou a enfermeira Alma e contar-lhes-ei tudo o que aconteceu

Trata-se da senhorita Vogler e ela ficou em silêncio por mais de um minuto naquele teatro

Um longo, longo minuto que deixo-nos atônitos, pois interrompeu seu belo ato

Repentinamente; ela parecia estar surpresa com esse fato

Como é possível ser uma só e outras tantas?

Diante da platéia curiosa e atônita

Sorriu com a boca e se esquivou

Para trás da gélida cortina rubra, então...

... Viu-se nela um semblante infantil, um leve prazer

E um olhar maligno um tanto estranho, já sentada em seu camarim

Desde o início, sabia que nada poderíamos fazer

Por ela; o seu silêncio profundo e sua inanição

Foram tomados por sua própria decisão, ela possui enorme força mental

E está se testando, assimilando seus medos, provando da sua própria dor

Analisei-a por duas semanas pude chegar a essa constatação

Eis aqui os relatórios, doutor...

*Baseado em: Persona (1966) – Direção: Ingmar Bergman

Marciano James
Enviado por Marciano James em 01/03/2011
Reeditado em 01/03/2011
Código do texto: T2822580
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