PERMUTA

Às vezes estou tão só

e te sinto num deserto.

Perdidos em labirinto

encoberto pelo pó,

gritamos palavras mudas

cujo eco é nenhum.

Entre nós há um vazio.

Mas estamos perto

atados por um fio.

A solidão é o vão,

o nada nos aproxima.

Frente a frente,

sobre o que nos resta

e anima, ousemos

a rima diferente.

Troco meu verso

pelo teu inverso,

gestemos uma obra-prima.

Lina Meirelles

Rio, 02.03.11