DA CARNE

Pequei,

Não n’alma

Mas, na carne!

Melei-me dessa gosma que nos é derivado,

De um melado do gozo pecado.

Melei, com vós...

De um melado profanado!

Pequei,

Não n’alma,

Mas, na carne!

Não que vós sintais, cansados em vossos atos,

Pois, em vossas carnes, sendo tudo usado,

Não será de se perdeu, o mel

Que em vós é apurado.

Pequei,

Não n’alma,

Mas, na carne!

Sendo de versos, o eu sagrado.

Minh’alma é pouco elevada,

Mas o eu des’versos, poeta retirante,

Tenho na carne um constante desejo

De na carne ser o eu gigante!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 09/03/2011
Código do texto: T2836699
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