AS DUAS LOIRAS

As duas loiras

São como duas pombas

A voar sobre o horizonte

Além do rio Aqueronte

São um desejo imortal

De uma inconstante luxúria

Que as penetra com seus olhos

Mas urra de lamúria

As duas loiras

Parecem duas jóias

Com seus atributos à mostra

Com passos de duas galochas

São faceiras e simpáticas

Despertam o amor e a paixão

Andam sempre sinuosas

Como duas gazelas em vão

Seus sorrisos são magistrais

Suas bocas, cheias de frescura

Que enchem-nos o semblante de paz

E a mente, de grande loucura

As duas loiras

Chamam de todos a atenção

São como pilares andantes

Que nos arrastam à tentação

Elas nos iluminam

Tornam o dia mais claro

A chuva mais amena

E a noite mais serena

Com seu andar grandiloquente

Como duas vênus calipígias

Caminham sempre contentes

Como duas damas da Frígia

Seus corpos maliciosos

Moldam-se ao andar dos passos

Que perscruta todo o caminho

E todo o fluir do espaço

Ela nos deixam à loucura

Fisgam-nos com sua beleza

Que até a Deusa Afrodite

Invejaria tamanha grandeza

A beleza de seus corpos

Encantam até os fuxiqueiros

Que invejam suas roupas

Vestidas de modo faceiro

As duas loiras

São como duas alemãs

De compostura germânica

E a harmonia de duas irmãs

Elas singram de modo bravio

O caminho reto e lacustre

Foram, porém, protegidas

Por um cidadão tão ilustre

Que parecia ser o guarda-costas

De duas damas compostas

Dando-lhes guarida dos molecotes

E dos olhares fornicadores

E aquele trio errante

Adentrou as brumas ociosas

Na escuridão vacilante

Da lagoa misteriosa

E eu voltei pro meu lar

Depois de um longo caminhar

A pensar nas duas beldades

Que são a beleza mais pura

Em forma da pura verdade.

Pedro Ernesto Prosa e Verso
Enviado por Pedro Ernesto Prosa e Verso em 09/03/2011
Código do texto: T2837335
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