* QUARTA-FEIRA DE CINZAS! *

Sopra a brisa fria no ardoroso sorriso,

Usurpando da face a alegria - patente.

O dia cinza é a lente das vistas,

No suspirar da felicidade eloqüente.

Corre tempo! Vire a página.

Que o ano vindouro escreva novas falas.

Perdurando um enredo de cores

Extirpando perpetuamente as lágrimas.

Ah, alma cabrocha!

Perdoe a soturna cor da fantasia,

Os pés perderam o ritmo do samba,

O coração já não bate no compasso da bateria.

Que caiam do céu confete, serpentina...

Chuva de ilusão em minha avenida

O sonho acabou, tornaram-se cinzas.

Oh, poesia!

Restou-me a ressaca da alegria,

Enxugue o pranto desta colombina,

Na derradeira despedida.

Em meu peito o carnaval não termina.