A TRAGÉDIA NO JAPÃO

Na Terra do Sol Nascente

A Natureza furiosa

Agiu de forma inclemente

Sem poesia e sem prosa

O país cambaleou

Como um deslocado ébrio

Devido à força do tremor

Tornando o clima funéreo

O mar inteiro sobre a praia

Avançou como manada

Invadindo de tocaia

A gente frágil e desarmada

Carros se tornaram brinquedos

Arrastados pela fúria lamacenta

E tomados de pânico e de medo

Fugiram da invencível tormenta

E o pesadelo de outrora

Relembrou aos prístinos nipônicos

Que, abrindo a Caixa de Pandora,

Desvelou os horrores atômicos

E o Antigo Samurai

Com sua espada em riste

É ferido no orgulho e cai

Como símbolo duma nação agora triste

Qual será o próximo ônus

De um povo garbo e industrioso

Que morre como a Ave Fênix

E ressuscita das cinzas venturoso?

A Ilha do Povo Amarelo

Foi pela Natureza aclamado

A Terra do Grande Flagelo

E do Prometeu Acorrentado.

Mas dotado de ciência mais fina

E da tecnologia mais cara

O povo japonês tem uma sina

Levantar-se como uma hirta vara

Pois como um bambu resistente

Que embora seja flexível

Ele bate sempre de frente

Contra a Natureza em seu nível

Que o japonês tão brioso

Viva em paz e harmonia

Seja no inverno mais rigoroso

Seja nas horas claras do dia

Rogamos ao nosso Demiurgo

Que saiamos do mundo de “Maya”

De vítimas de um Grande Verdugo

Sejamos filhos da Deusa Gaia.

Pedro Ernesto Prosa e Verso
Enviado por Pedro Ernesto Prosa e Verso em 14/03/2011
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