O RESSENTIMENTO

O que é ressentir?

É sentir duas vezes

E não poder parir

Durante muitos meses?

É beber cicuta

E não poder morrer

Vivendo sempre em labuta

E não conseguir prazer?

É viver um pesadelo

Com uma dor nunca de menos

Ou beber um veneno

Da poção da Deusa Vênus?

É pensar constantemente

Nas palavras proferidas

Que nos castigam a mente

E nos criam amargas feridas?

É sofrer de forma inútil

Cada pensar repetitivo

Pois quem feriu era fútil

Pensava ser um nobre altivo

Ressentir é morrer

De forma lenta e constante

E não saber o porquê

A razão por que não morrera antes

Quem ressente, mente

Pra si mesmo se engana

Sofre de modo incoerente

Tal qual uma vida cigana

Vive sofrendo à toa

Por um passado dolorido

Como uma orgulhosa pavoa

Que foi pelo dono ferido

Seu pensar é pura vingança

Não pode ser contrariado

Mesmo por uma singela criança

Mesmo por um ser amado

Seu coração não suporta

O peso de tanto sofrer

Pois pesada é a porta

De quem não almeja o Ser

Õ, ressentido, o que pensas?

Que num futuro vindouro

Tua vida será menos tensa

E teu cofre, cheio de ouro?

Não sabes o teu próprio destino

Que castiga o orgulho – tenho dito!!

Pareces um tolo menino

No corpo de um adulto contrito!!

Mas a providência é tão sábia

Que muito tempo te será dado

Para que gaste toda a tua lábia

E sejas vencido como um soldado

Que não soube lutar direito

Contra seus próprios pensamentos

Mas o Criador é perfeito

Ele tem Seus divinos argumentos

Ele te deixará sofrer

Até não agüentares mais

E perguntares o porquê

De tua alma não conquistar a paz

Chegará o certo momento

Em que tua mente embotarás

E teu coração se encherá de alento

E tua flor interna brotará

De um passado cheio de amargura

Cada dor será uma lição

Para o aprendizado da criatura

Para o louvor da Criação.

Pedro Ernesto Prosa e Verso
Enviado por Pedro Ernesto Prosa e Verso em 15/03/2011
Código do texto: T2849069
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