Olhos falantes

Alguma coisa de mágico

Havia naquele vaso de cristal

Lembrava os olhos de minha mãe

Olhos que me diziam

Olhos que a tudo via

Sabia dos lagos

Dos números e das estrelas

Tudo de mágico havia naquele vaso.

Da estante ele me olhava

E me indagava uma reação

Eu só recordava dos olhos que me diziam

Ele era belo

E estava no alto

Quilômetros que meus olhos escalavam

Os olhos cada vez mais perto

E o vaso cada vez mais mágico.

Tinha de tocá-lo

Roubar-lhe a magia

A velha Toshiba estremeceu

O galo português estava azul de mudo

O grosso Cervantes despencou dos moinhos

E eu era agora Pandora.

Meus olhos agora eram cristais

Cervantes lutava com alguns bibelôs

Da sala ouvia-se o latido do Bummer

Pandora corou-se de medo

A caixa se abria

E a magia misturou-se a Cervantes

Nos gritos que os olhos dizia.

Dimythryus
Enviado por Dimythryus em 08/11/2006
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