O SIRI
O Siri ri de si mesmo
Como palhaço abobalhado
E seu esqueleto ao avesso
Ele anda sempre de lado
Quando depara c’um estranho
O Siri ergue suas pinças
Contra um sujeito enfadonho
Que lhe perturba e lhe atiça
Dois caminhos tortuosos
O Siri deve seguir:
Ou ataca de modo duvidoso
Ou então vai fugir
Sua casa é a praia
O lodo ou a lama
Com todos de sua laia
O Siri nunca reclama
O Siri não escreve em cirílico
É um ser fugidio
De um caçador cínico
Ele corre até contra o rio
O Siri é um bicho estranho
Tem os olhos fora do corpo
E a cara de um homem tacanho
Que faz a gente de bobo
Seu lar predileto é o mangue
Nas noites de lua cheia
As fêmeas se ajuntam em gangue
Pra desovar a mancheias
A vida do Siri é labuta
Comendo, ele se esgueira
Correndo contra uma vida curta
Ou na panela de uma cozinheira.