Solo De Violino


Disse-me a dor exibida:
_Por que me trazes fechada
em peito de tal calor
enquanto sangras de amor
nesta morte anunciada
versas o que não vistes

se teu chão é meu canteiro
pauta dos meus ponteios!_
Tu'alma a tremer por inteiro
onde versos sementeio
centelha de embrião
que dei a ti_ Consagrei-o?

_ Livra-me desta chanchada
pastelões, cartas marcadas
destes versos que são gagos.

Desejo apenas sair
do piso do teu coração
calo de paixões mortas
sem causar mais um estrago.

Deixo marcas, eu prometo
nos teus rastros, meus defeitos
se é que ainda te importas.

Chora-me líquida lágrima,
escorro em ti ao fugir
vista-me nova roupagem
numa estrada só de ir

canta-me, sou tua lírica,
estigma, tatuagem
quem sabe viro alegria
sem um pingo de autocrítica

Farei breve viagem,
ai_unca te deixarei,
pois tu me sabes, bem sei,
voltarei mais saborosa
dor de estima, preciosa

Guarda-me de novo ao peito,
que volto assim do meu jeito
que também são jeitos teus
nova harmonia em teu hino
dor em solo de violino.


T. Otoni,09 / 09 / 2001
 
Elane Tomich
Enviado por Elane Tomich em 25/03/2011
Reeditado em 20/11/2013
Código do texto: T2870180
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