MULTIPLICIDADE

MULTIPLICIDADE

Como se uma só vida não bastasse!...

Sinto-me, às vezes, tão velha

Como se tivesse mil anos.

Mil anos de vidas passadas

A esta agora somados.

Sinto-me, às vezes, criança

Como se tivesse seis anos.

Vontade de brincar de roda

E de andar no carrossel.

Sinto-me, às vezes, tão casta

Como se fosse uma monja.

Querendo viver num mosteiro

Recolhida em oração.

Sinto-me até Messalina

Quando, em abraços lascivos,

Entrego-me inteira ao amor,

Como se fosse a última vez.

Sinto-me, às vezes, escrava

Como se fosse subjugada,

Por forças maiores e ocultas.

- E quem será meu Senhor?

Quem sabe se já fui homem?

Pássaro, peixe ou uma pedra?

Talvez tenha sido uma árvore

Frondosa, à beira da estrada.

Marginal... Eu? Quem sabe!?...

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 27/03/2011
Código do texto: T2872910
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