TRAGÉDIA
TRAGÉDIA
Na noite fugidia,
Silenciosamente vultos
Espreitando-se pelas sombras;
O medo me deixa inerte...
Os passos são conhecidos...
Profusão de sentimentos,
Sonhos não realizados...
Desejos não alcançados...
O êxtase na noite quente
Foi pouco e será nada...
Abraços, beijos ardentes
Antes que seja já tarde.
Urge aproveitar
A efêmera beleza,
Os passos aproximam-se
Silenciosos,
Deixando suas marcas
A cada noite,
Mas em pleno dia
Também estão presentes,
A cada hora
Agem impenitentes,
Arquejando
Na ânsia do encontro.
Não há fuga,
Não há esconderijo.
Só há que esperar as senhoras,
Amas do tempo e da sorte,
Vultos da noite interior,
As donas da vida:
A velhice e a morte.
Poema publicado na Antologia do III Concurso de Poesia; Prêmio Professor Sebastião Ferraz Campos, da Associação de Escritores de Bragança Paulista; ASES; SP, Edição 2001.