TRAGÉDIA

TRAGÉDIA

Na noite fugidia,

Silenciosamente vultos

Espreitando-se pelas sombras;

O medo me deixa inerte...

Os passos são conhecidos...

Profusão de sentimentos,

Sonhos não realizados...

Desejos não alcançados...

O êxtase na noite quente

Foi pouco e será nada...

Abraços, beijos ardentes

Antes que seja já tarde.

Urge aproveitar

A efêmera beleza,

Os passos aproximam-se

Silenciosos,

Deixando suas marcas

A cada noite,

Mas em pleno dia

Também estão presentes,

A cada hora

Agem impenitentes,

Arquejando

Na ânsia do encontro.

Não há fuga,

Não há esconderijo.

Só há que esperar as senhoras,

Amas do tempo e da sorte,

Vultos da noite interior,

As donas da vida:

A velhice e a morte.

Poema publicado na Antologia do III Concurso de Poesia; Prêmio Professor Sebastião Ferraz Campos, da Associação de Escritores de Bragança Paulista; ASES; SP, Edição 2001.

Francisca Cerqueira
Enviado por Francisca Cerqueira em 10/11/2006
Reeditado em 21/10/2007
Código do texto: T287404